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terça-feira, 31 de maio de 2011

ORIGEM E CURIOSIDADES DA PALAVRA CAMISINHA

A origem da palavra condom (como a camisinha é conhecida em inglês) pode vir do nome do médico chamado Condom, que viveu na corte do rei Charles II. Mas pode ser também que tenha vindo do latim condus, que significa receptáculo.

CAMISA DE VÊNUS
A expressão brasileira "camisa de vênus", hoje fora de moda, é uma referência à Vênus, deusa romana do Amor (ou Afrodite, para os gregos). Daí, foi popularizada como camisinha.

CAPOTE, EM FRANCÊS
A rivalidade entre franceses e ingleses também foi parar nos preservativos. Os primeiros os chamaram de "capote anglaise" (capote inglês), na época em que usar camisinha era uma "frescura". Ofendidos, os ingleses contra-atacaram. Criaram a expressão "french disease" (doença francesa) para se referir a doenças sexualmente transmissíveis. Na França, até hoje, capote é o nome mais usado para designar a camsinha.

PORTUGAL
Em Portugal, os preservativos são chamados de "durex", que é também o nome de uma grande empresa fabricante de prseervativos.

CAMISINHA ASSASSINA
Existe um filme alemão chamado A Camisinha Assassina (Kondom des Grauens, 1996). É ambientado em Nova York, e seus astros são preservativos com dentes afiados. Por trás das camisinhas assassinas há uma seita de lunáticos e cientistas malucos que querem acabar com os pervertidos da cidade. Os condoms foram desenhados pelo célebre artista Giger, o mesmo criador do viscoso Alien, o Oitavo Passageiro.

CHINESES E JAPONESES
Os chineses foram os criadores de uma das mais pioneiras versões do preservativo: envoltórios de papel de seda untados com óleo.
Os japoneses também possuíam hábito semelhante aos chineses.

ESTOJOS PARA PÊNIS
desde 1850 a.C. os egípcios utilizavam métodos contraceptivos. As mulheres colocavam em suas vaginas uma série de produtos para bloquear ou matar os espermatozóides. Elas utilizavam fezes de crocodilos (por possuírem pH alcalino, tal qual os espermicidas modernos), gomas e uma mistura de mel e bicarbonato de sódio. Os homens utilizavam protetores para o pênis, confeccionados em linho ou a partir de intestinos de animais. Tais protetores, porém, não possuíam função contraceptiva: funcionavam como “estojos”. Eles protegiam o pênis contra galhos e picadas de insetos durante as caçadas.

ATÉ NA MITOLOGIA
A mitologia grega apresentou a camisinha para o Ocidente. O rei Minos, filho de Zeus e Europa, era casado com Pasiphë. O monarca era conhecido por seu amor pelas mulheres e suas inúmeras amantes. Por obra de Pasiphë, Minos passou a ejacular serpentes, escorpiões e lacraias, que matavam toda aquela que se deitasse com o soberano. Pasiphë era imune ao feitiço aplicado a Minos, mas este tornou o rei incapaz de procriar. Minos, no entanto, se apaixonou por Procris. Para evitar que a relação com Minos lhe trouxesse a morte, Procris introduziu em sua vagina uma bexiga de cabra. Os monstros ficaram aprisionados na bexiga e Minos voltou a poder ter filhos.

BAINHA DE TECIDO
Durante o século XVI a disseminação das doenças sexualmente transmissíveis assolava a Europa. Nessa época elas eram chamadas de doenças venéreas. Esse nome faz referência às sacerdotisas dos templos de Vênus, que exerciam a prostituição como forma de culto à Deusa do Amor. Foi quando o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio confeccionou o que descreveu como uma "bainha de tecido leve, sob medida, para proteção das doenças venéreas".

Tratava-se de um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. Ele a denominou De Morbo Gallico, em um artigo escrito em 1564. Shakespeare denominou-a "luva de Vênus". No final do século XVI os preservativos de linho passaram a ser embebidos em soluções químicas e depois secados. Eram as precursoras dos espermicidas modernos.

O DR. CONDOM EXISTIU
No século XVII, um médico inglês conhecido como doutor Condom, alarmado com o número de filhos ilegítimos de Carlos II da Inglaterra (1630-1685), criou para o rei um protetor feito com tripa de animais. Como já foi dito acima, em inglês, camisinha é "condom", certamente em referência a esse médico. Também este foi o nome escolhido pelo nosso site para a seção de tira-dúvidas: “Dr. Condom responde”.

TRIPA DE CARNEIRO
Outro episódio contribuiu para a difusão da camisinha. Ao final da Guerra da Sucessão Espanhola, líderes das principais nações européias reuniram-se na cidade de Utrecht (1713-1714). Tal evento chamou para o local toda a sorte de donzelas, ávidas em proporcionar diversão aos congressistas e desejosas por conseguir algum dinheiro.

Mas traziam consigo algo já bem conhecido da ciência européia: doenças venéreas. Um criativo artesão local teve uma idéia: costurou na forma de uma bainha anatômica uma tripa ( vísceras) de carneiro e obteve, assim, um preservativo.


O temor em relação às doenças venéreas tinha uma importante justificativa: os recursos terapêuticos eram muito pouco eficientes. Doenças como a sífilis eram praticamente incuráveis. A sífilis foi a AIDS da época. Indivíduos contaminados caminhavam para morte, sempre rodeados por todo o tipo de preconceito. A cura para a sífilis (penicilina) foi obtida apenas na segunda metade do século XX.

O NASCIMENTO DO TERMO PRESERVATIVO
A expressão preservativo apareceu pela primeira vez nos anúncios das casas de prostituição de Paris, em 1780: "Nesta casa fabricam-se preservativos de alta segurança, bandagens e artigos de higiene." Ela foi logo substituída por uma expressão curiosa, redingote anglaise, que queria dizer "sobretudo inglês", o que equivaleria hoje ao termo "camisa-de-vênus" ou mais intimamente falando, "camisinha".

A VULCANIZAÇÃO DA BORRACHA
Em 1839 Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha. A vulcanização consiste na transformação da borracha crua em uma estrutura elástica resistente. Isso permitiu a confecção de preservativos de borracha. Esses eram grossos e caros. Eles eram lavados e utilizados diversas vezes, até que a borracha arrebentasse.

AS CAMISNHAS DE LÁTEX
A evolução surgiu com as camisinhas de látex, a partir de 1880. Em 1901, a primeira camisinha com reservatório para o esperma apareceu nos Estados Unidos. As camisinhas de látex adquiriram popularidade apenas a partir da década de 30. Cerca de um milhão e meio de camisinhas foram comercializadas nos Estados Unidos, em 1935.

A camisinha de látex é atualmente o tipo mais popular. O látex é uma espécie de borracha contendo poros finíssimos, por onde não passam nem o esperma nem vírus pequenos como o HIV. O látex é um material forte mas pode romper caso seja muito friccionado e sofra pressão. Lubrificantes à base de água ou silicone podem ser usados para evitar o problema.

QUANDO A CAMISINHA CAIU EM DESUSO
Nas décadas seguintes, a camisinha foi caindo em desuso, principalmente após a descoberta da pílula anticoncepcional, na década de sessenta. Mas o aparecimento da AIDS, na década de oitenta, mudou para sempre a mentalidade mundial: a contaminação de indivíduos pelo vírus HIV, causador da doença, dava-se por meio de contato sexual ou transfusão sanguínea. Falar abertamente sobre sexo seguro e uso injetável de drogas passou de tabu à necessidade e obrigação. A camisinha passou ser a grande arma desse esforço preventivo. E ainda hoje é!

AS CAMISINHAS DE POLIURETANO
Poliuretano é o material mais novo de que é feita a camisinha. Como é um plástico até duas vezes mais resistente do que o látex, o preservativo é bastante fino e não tem nem odor nem gosto. A sensibilidade do pênis também é aumentada
os riscos de o preservativo romperem são ainda menores do que do preservativo de látex.

CAMISINHA SONORA
Os japoneses foram os inventores da primeira camisinha sonora. Eles usaram o mesmo minúsculo chip de cartões musicais, instalado na ponta do preservativo. Assim que o homem ejacula, pode-se ouvir, no interior do corpo da mulher, a canção Love Me Do, dos Beatles.

ALGUNS MARCOS DA HISTÓRIA

350-1220 AC: Os egípcios usavam “capinhas” de espada em volta do pênis para proteger contra insetos, ferimentos e picadas de mosquito.
100 - 200 DC: Pinturas encontradas nas cavernas de Dordogne, no sul da França, mostram que o homem já usava preservativos.
1500s - O médico italiano Gabrielle Fallopius fabricou uma camisinha à base de linho, cortada sob medida para cada homem. Dos mais de mil homens que usaram o produto, nenhum contraiu sifílis.
1700s - O uso da camisinha era extremamente popular, principalmente como método anticoncepcional. Os preservativos eram feitos à base de tripa animal.
1800s - Os japoneses criaram uma camisinha feita com um couro bem fino.
1843 - A descoberta revolucionária da vulcanização da borracha (adicionando enxofre e submetendo-a ao calor) permitiu que as camisinhas se tornassem mais elásticas e fossem produzidas a custos baixos.
1930s - Outra revolução. O látex líquido substituiu a vulcanização da borracha na fabricação os preservativos.
1990s - A tecnologia do látex continuou a se desenvolver e surgiram ainda as camisinhas de poliuretano.

APROVEITADAS NAS BONECAS
Parte dos preservativos que não passam no controle de qualidade são vendidas a fábricas de brinquedos. As camisinhas, que têm a ponta cortada para evitar revenda, são utilizadas como uma espécie de diafragma para fazer as bonecas chorarem.
 
USO PARA TRANSPORTE DE ÁGUA
Os habitantes de Komi, na Rússia, compravam bebidas vendidas em grandes tonéis que ficavam nas ruas e precisavam de garrafas para fazer o transporte até suas casas. Na falta das garrafas, um homem descobriu que camisinhas russas eram tão grossas e resistentes que poderiam ser usadas como recipientes ideais para levar a bebida: podiam carregar até 3 litros.

CIDADE TINHA VERGONHA DO NOME
Durante muitos anos, os habitantes de Condom lamentaram o nome dessa cidade francesa. Até que, em 1997, o prefeito resolveu que a cidade deveria ser a capital mundial do preservativo. Numa antiga garagem da Citröen, por exemplo, ele deu incentivo fiscal para a abertura de uma fábrica de camisinhas. Há 2 anos, Condom inaugurou também o primeiro museu de preservativos do mundo, com 1.800 peças. Agora, a cidade recebe 300 mil visitantes por ano.

BALÕES PARA CRIANÇAS
O governo americano vendeu um grande lote de 50 milhões de preservativos para o Egito, mas descobriu-se depois que UMA parte deles foi comprada por grandes atacadistas, que enviaram os preservativos para as zonas rurais. Eles, no entanto, foram vendidos como balões para crianças.

PRESO POR TIRAR FORA DA HORA
Um juiz em Toronto, no Canadá, condenou Charles Tumwesigye a 45 dias de prisão por ter tirado a camisinha no meio da relação sexual, sem a autorização de sua parceira.

PORTA-CAMISINHAS
A inventora de cuecas e calcinhas com porta-camisinhas foi a americana Natalie Lerma-Solis.

PROMOÇÃO DA CAMISINHA
O gerente do cinema London´s Prince Charles Theatre, Ben Freedman, resolveu instalar love seats (cadeiras em que os braços se levantam para que os namorados possam ficar juntos) na última fila de sua sala e colocou camisinhas em cada assento. A propaganda e a distribuição de camisinhas só foi liberada no Brasil em 1979. A primeira propaganda foi do preservativo Involve na revista Playboy.

CAMISINHAS DO KISS
Em 2002, o grupo de rock Kiss lançou uma linha de preservativos com seu nome. As embalagens vem com fotos dos integrantes estampadas. A primeira série, em látex roxo, chamou-se Tongue Lubricated (Língua Lubrificada). Também há uma a imagem do guitarrista Paul Stanley, batizada de Studed Paul (Paul Garanhão), e outra com o nome Love Gun Protection (Arma de Proteção Amorosa).

O MAIOR PRESERVATIVO DO MUNDO
Um preservativo amarelo cobriu a fachada de um hotel de 20 andares na cidade de Guilin, no sul da China, para marcar o Dia Mundial da ONU para a População. A empresa Guilin Latex pediu aos editores do Guinness Book of World Records para reconhecerem o preservativo gigante, de 80 metros de altura, como a maior do mundo. Segundo a agência China News Service, a camisinha custou mais de 24 mil dólares e tinha a mensagem "Controle o crescimento populacional, preste atenção à sua saúde sexual, previna a SIDA".
 
PODEROSA E VARIADA
A camisinha é a única capaz de reunir em um único método a prevenção da gravidez indesejada e das doenças sexualmente transmissíveis. Desse modo, permite relacionamentos sexuais seguros e minimiza o efeito da exposição a fatores de risco sofridos por um dos parceiros. A camisinha protege e respeita a escolha e os desejos sexuais de cada um. Com o advento da AIDS as camisinhas voltaram a ser comercializadas em grande escala. Estima-se que hoje mais de cinco bilhões de camisinhas são consumidas anualmente. As apresentações também se diversificaram. Há camisinhas de tamanhos, espessuras e cores diferentes. Há camisinhas aromatizadas. Camisinhas com textura externa para potencializar o desejo sexual na mulher. Em alguns casos de ejaculação precoce, a camisinha pode ser utilizada com sucesso para aumentar o tempo de ejaculação.
Usar camisinha é acima de tudo uma atitude. A informação sobre as doenças sexualmente transmissíveis, uma ferramenta fundamental para os dias de hoje.

Fontes: BBC Brasil; Site www.durex.com; Site: www.safesense.com; Guia dos Curiosos;
Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas)/Programa Álcool e Drogas (PAD) do Hospital Israelita Albert Einstein;