1. IDENTIFICAR A ÁREA DE INTERESSE NA ESCOLA
De quais disciplinas escolares
você mais gosta? Em quais tem mais facilidade? Você tem melhor desempenho nas
provas de matemática ou nas de português? Em biologia ou em história? Pois
saiba que identificar as áreas de maior interesse na escola é um bom começo
para se vislumbrar a profissão que mais combina com você. E isso não é nenhum
bicho de sete cabeças. Michele Iacocca, autor e ilustrador do livro Em busca da
profissão - Qual é a sua trilha?, editora Atica, conta que com 12 ou 13 anos já
havia percebido que gostava mais de escrever, das aulas de literatura e
filosofia. "Então fui fazer letras e de lá fui trilhando meu
caminho", lembra. Claro que não é nenhuma equação exata: porque se gosta
de matemática, se deve fazer engenharia. Mas é uma pista, e não pode ser
ignorada.
2. CONHECER-SE COM PROFUNDIDADE
Um
exercício que pode ajudar na escolha da profissão é levantar traços de sua
personalidade e identificar suas habilidades extracurriculares. Parece simples,
mas quando se precisa ter essas informações bem claras e relacionadas aos
cursos que se pretende seguir, a coisa complica. Nessa hora, é importante
tentar responder algumas perguntas: como eu me vejo? Gosto mais de atividades
em ambiente fechado ou ao ar livre, em contato com a natureza? Prefiro me
relacionar com muitas pessoas ou atividades com poucos amigos? Tenho mais
habilidades motoras, espaciais, corporais ou manuais? Gosto que me proponham
desafios? De que natureza? Quando abro um jornal, qual tipo de matéria eu
prefiro ler? Sou uma pessoa muito dinâmica ou mais pacata? Sou mais
empreendedor ou aprecio mais a estabilidade? Em que tipo de situação eu me
sinto bem e em qual eu me sinto desconfortável? Segundo especialistas, o
autoconhecimento é essencial para o vestibulando conseguir projetar-se numa
carreira. Por exemplo, é importante saber se você é o tipo de pessoa que
valoriza mais a realização pessoal ou a segurança financeira; se é mais
individualista ou está sempre preocupado em promover o bem estar social. A
partir daí ele vai buscar cursos que o permitam dar vazão a isso.
3. INFORMAR-SE!
Eis
uma das missões mais significativas no processo de escolha do jovem
vestibulando: buscar informações rigorosas (na Internet, nos guias de
profissão, em revistas, em feiras etc.). Isso mesmo, afinal hoje em dia já
existem cerca de 120 diferentes profissões, e cada uma com suas
particularidades. Escolher uma profissão só baseado no senso comum aumenta
consideravelmente as chances de escolher mal. Informar-se é essencial para
romper com estereótipos. Algumas questões precisam necessariamente estar claras
para o jovem: Como é o campo de trabalho de determinada profissão? (para não
achar, por exemplo, que todo jornalista vai trabalhar na TV). Qual é a média de
salário desses profissionais? Quais são as disciplinas do curso que pretendo
fazer? O que determinada profissão exige do profissional? E assim até reunir
todas as informações relevantes sobre uma profissão ou outra.
4. CONVERSAR COM A FAMÍLIA
Falar
com os pais sobre a escolha da profissão pode trazer bons resultados. Procure
perguntar a eles como foi que fizeram suas escolhas. Peça para falarem do
processo inicial. E depois, como tudo se encaminhou. As famílias têm um
know-how interessante, mas, às vezes, por uma resistência típica da idade, o adolescente
não quer ouvir os conselhos, quer tomar sua decisão sozinho e isso é uma pena.
As conversas em famílias tê que ser baseadas em informação. Tanto os pais
quanto os vestibulandos devem ir atrás de dados concretos, visitarem
universidades, feiras de profissões, até chegarem a uma conclusão do tipo
"realmente essa profissão pode ser uma boa para você". A escolha é
dos filhos, mas os pais devem dar o amparo necessário.
5. PROCURAR PROFISSIONAIS DO MERCADO
Ninguém
melhor que o profissional que já está inserido no mercado de trabalho para
falar sobre ele e o dia-a-dia da profissão. Se você não conhece nenhum
engenheiro químico ou biólogo ou outro profissional da área que lhe interesse,
peça indicação a familiares e amigos, ou fale na sua escola para que eles
tentem organizar encontros, levando esses profissionais para o colégio ou os
estudantes para o local de trabalho deles. Essa conversa é bastante relevante,
pois o aluno pode perceber que aquela rotina profissional tem muito ou pouco a
ver com a realidade dele, ou com o que ele quer para sua vida. É uma forma de
pesquisa que pode render informações novas, como descobrir que um profissional
da área de humanas pode ter de trabalhar com estatística.
6. VISITAR UNIVERSIDADES
Muitas
faculdades públicas e privadas têm aberto suas portas para vestibulandos,
curiosos para conhecerem a rotina da instituição, o ambiente, as disciplinas
dos cursos e, assim, certificarem-se de que estão (ou não) fazendo a escolha
mais afinada ao seu perfil. E esta é uma atitude bastante correta. Procure
descobrir como você pode fazer para marcar com o coordenador do curso. Ele é a
pessoa mais preparada para dar todas as informações de que você precisa. Vá com
sua família e amigos e tire todas as suas dúvidas.
7. DIFERENCIAR PROFISSÃO E CARREIRA
Escolher
uma profissão é o primeiro passo para se construir uma carreira. Isso mesmo!
Carreira é algo a ser construído e a escolha de hoje pode se desdobrar em
várias alternativas amanhã. Isso quer dizer que, se hoje você escolhe fazer Engenharia
Civil pensando em trabalhar com grandes construções, ao final do curso essa
pode nem ser uma possibilidade para você. Basta olhar o mercado e ver quantos
engenheiros estão seguindo para a área econômica. É essencial que o jovem tenha
isso em mente e que não veja a escolha da profissão como uma sentença de vida.
Dentro de um curso, ele poderá seguir por dezenas de caminhos diferentes. Saber
disso reduz a angústia.
8. PROJETAR-SE NO FUTURO
Perguntas
que todo vestibulando deve se fazer, e tentar responder com o máximo de
dedicação: como você se vê daqui a 10 anos? Numa profissão mais segura ou mais
empreendedora? Qual estilo de vida eu sonho ter? Tenho metas para o meu futuro?
Quero trabalhar em grandes cidades, no exterior ou ainda numa cidade menor e
tranquila, perto da minha família? O que eu quero conquistar com a minha
profissão? A partir dessas respostas, ele pode começar a enxergar-se em
determinadas profissões. Não se trata de criar expectativas muito altas, mas de
encontrar uma linha mestra que oriente na escolha da carreira a partir de
objetivos para o futuro. Alguns jovens já conseguem perceber que, para eles,
acima da realização pessoal está a segurança financeira. Então, eles
seguramente abrem mão de carreiras mais esfuziantes. Outros já colocam a
realização pessoal na frente de qualquer coisa. A escolha é de cada um, mas
precisa sempre estar fundamentada em informações concretas.
9. EVITAR IDEALIZAÇÕES
Um
erro que muitos estudantes cometem é pensar que, porque escolheram uma
determinada faculdade a partir de suas aptidões e vocação, necessariamente irão
gostar de tudo que estudarão nesse curso. Isso é impossível, e aumenta as
chances de o aluno se decepcionar e desistir. Nenhuma faculdade vai de encontro
com todos os sonhos dele.
10. IDENTIFICAR SEUS PONTOS FORTES E FRACOS
Para
que eles lhe fiquem bem claros, escreva-os em uma folha de papel. De um lado,
coloque os seus pontos fortes e, de outro, os seus pontos fracos. Não deixe
nenhum de fora. Em seguida, procure associá-los às profissões que você pretende
seguir (para isso, você precisa estar bem por dentro de todos os cursos que lhe
interessam). É uma maneira de se assegurar das habilidades que já tem, mas
também perceber aquelas que terá de trabalhar para que consiga se sair bem em
determinada profissão. Afinal, ninguém está completamente pronto para seguir
uma determinada carreira e terá de se desenvolver em muitos aspectos.
Alessandra Conway, orientadora
vocacional da ABOP, sugere aos estudantes um interessante exercício para que se
conheçam melhor e reconheçam esses pontos fracos e fortes: que eles escrevam as
suas biografias. Nesse texto, eles devem contar como era a infância, como foi a
adolescência, até os dias atuais. "É uma forma de eles perceberem os
movimentos que costumam ter na vida, diante dos desafios e das
dificuldades", explica.
11. PROCURAR UM ORIENTADOR VOCACIONAL
Um
estudante pode procurar um profissional para se sentir seguro com uma escolha
que já foi feita ou mesmo para receber ajuda desde o início do processo, com o
reconhecimento de suas aptidões. E o trabalho do orientador vocacional (ou
profissional, como também é conhecido) é um diferencial porque é feito sem o
julgamento que ocorre, por exemplo, nas famílias. Enquanto os pais já entram
com uma expectativa para os filhos, o orientador vai habituar o aluno a olhar
para ele próprio, de maneira mais isenta. Mas não pense que um orientador
vocacional irá lhe dar a resposta pronta. O trabalho é apenas um instrumento
para você conseguir se conhecer melhor e descobrir habilidades e aptidões.
12. ESCOLHER COM CALMA
Qual
a diferença de se formar aos 22 ou aos 23 anos? Praticamente, nenhuma. Mas não
é assim que se posiciona o jovem vestibulando, ansioso por entrar numa
universidade, e muitas vezes também as famílias. Só que, diante de uma escolha
tão importante, a pressa pode ser uma grande inimiga. Para o jovem que ainda se
sente inseguro em relação à sua escolha e tem condições de esperar mais um ano,
fazer um cursinho pode ser favorável. É um ano a mais que ele tem para
amadurecer ideias, conhecer-se melhor e buscar mais orientação. Mas tudo sempre
precisa ser conversado com a família e com educadores, inclusive essa questão
de prorrogar a entrada em uma universidade.
Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/dicas-escolha-profissao-472174.shtml
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